Passo os dias de forma mecânica, a viver a vida dos outros por cópia daquilo que
sei que tem que ser feito.
Ultrapasso-me no sentir das coisas e fico à espera
que algo aconteça para que a primavera chegue de dentro para fora e comecem a
brotar todos os sentidos que teimam em dormir num pesaroso inverno.
Peço ajuda com o olhar mas não o verbalizo porque tenho que
continuar a mecanizar esta rotina porque tenho quem precise de mim.
O ar é
custoso de sair e doem-me todos os poros quando sai de forma tão densa
esgotando-me num cansaço que assombra ainda mais este meu desaparecimento.
Mais
um dia que não sei de mim, mais um dia em que não tenho força para me procurar.
Mais um dia copiado da vida de alguém.
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